Dentista aponta aumento do número de atendimentos durante a pandemia e explica o motivo
O cirurgião dentista Dr. Gustavo Belligoli ressalta que a procura por tratamentos odontológicos aumentou na quarentena e aponta os motivos que levaram a um aumento na demanda.
A pandemia do novo coronavírus mudou o mundo em diversos aspectos. Com a necessidade de um distanciamento social maior e redução do convívio, devido ao isolamento e a quarentena, nos vimos em uma situação de adotar medidas consideradas em um primeiro momento muito inusitadas para prevenir o contágio e avanço da covid-19.
O cirurgião dentista Gustavo Belligoli aponta que até mesmo na área da saúde, em especial na sua área de atuação, houveram muitas mudanças, que se refletiram também na postura dos profissionais. “O que está acontecendo no momento é uma polarização. Estamos separados hoje em duas categorias na odontologia, uma turma de dentistas que está trabalhando pesado e outra que está com os consultórios fechados. A quarentena trouxe um cenário extremista para dentistas, tanto os que decidiram paralisar totalmente as atividades, seja por fazerem parte de um grupo de risco ou por motivos de força maior, quanto aqueles que se vêem agora cada vez mais sobrecarregados de trabalho, em especial casos de emergência. Quando um profissional da saúde precisa parar de trabalhar certamente não é por mera opção pessoal, já que fazemos um juramento de Hipócrates, e sim por serem vítimas indiretas da covid.”
Atendimento durante a pandemia
A determinação do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais é que consultórios e clínicas odontológicas podem continuar a trabalhar conforme a avaliação do profissional. Ou seja, os dentistas podem atender os pacientes que precisam de tratamento, avaliando caso a caso, segundo declarações à imprensa do presidente do CRO-MG, Raphael Castro Mota.
O Dr. Gustavo Belligoli reforça a decisão do CRO. “Conforme a legislação federal, as atividades de saúde são classificadas como serviços essenciais em todo o território nacional e, por isso, não podem parar. Outra coisa importante de ser dita é que sempre houve uma preocupação dos dentistas com a biossegurança, afinal, antes mesmo da covid-19, já convivemos com a questão do HIV, hepatite B, hepatite C, tuberculose e outras doenças contagiosas. No caso da covid-19 os cuidados são ainda maiores, porque nenhuma dessas outras doenças apresentou um contágio tão agressivo.”
O dentista revela que antes mesmo das recomendações e protocolos de segurança serem adotados compulsoriamente nos consultórios, os mesmos já estavam sendo seguidos e respeitados por ele e sua equipe. “Muitos pacientes me questionam como seria em meio à pandemia e, por telefone, expliquei tudo sobre a covid-19 e os novos protocolos de atendimento, além de adotar métodos rígidos de desinfecção do meu consultório com base nos mais altos padrões internacionais.”
Aumento da demanda na pandemia
O cirurgião dentista, que foi apontado como o que mais realizou operações neste período. “Com a pandemia a minha demanda por atendimento não caiu, pelo contrário, aumentou muito. Devido ao meu investimento em biossegurança, que já era bastante rígido em relação ao considerado dentro das normas regulares nos consultórios dentários, mesmo antes da pandemia, os pacientes começaram a se sentir seguros em realizar os tratamentos aqui. Mesmo sem saber que haveria uma pandemia, minha equipe toda já estava bastante preparada para normas mais rigorosas de higiene. Além disso, com a paralisação de alguns colegas de profissão, aumentou a demanda para todos os profissionais que se mantiveram ativos.”
Segundo o médico anestesista Claudio Cansado, que atende com a sua equipe à maioria dos consultórios de dentistas em Belo Horizonte e região, o Dr. Gustavo foi o que mais atendeu novos pacientes durante a pandemia.
Polarização na odontologia
Apesar de apontar que a covid-19 dividiu opiniões entre os seus colegas de profissão e especialistas, no que diz respeito ao atendimento nos consultórios, o Dr. Gustavo ressalta que é preciso haver uma ampla consideração: “não se trata apenas de vontade do profissional em paralisar ou não as atividades, mas em não oferecer riscos ao paciente e a ele mesmo. Vale lembrar que também precisamos pensar no bem estar do dentista, que pode ter algum agravante que o inclua dentro do chamado grupo de risco e precise se resguardar. Nós que estamos na linha de frente temos difíceis escolhas a fazer todos os dias.”
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