Morre Lacraia, dançarino que quebrou preconceitos no funk
A informação foi dada no Twitter do promoter David Brazil. Em meio marcado pelo machismo e popozudas, dançarino fez história com irreverência
Morreu na manhã desta terça-feira (10) o dançarino Marco Aurélio Silva da Rocha, popularmente conhecido no mundo do funk como Lacraia e que fazia dupla com o cantor MC Serginho.
Ele tinha 34 anos e estava internado no hospital universitário Gaffrée e Guinle, na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro. O hospital não divulgou a causa da morte.
No Twitter, o promoter David Brazil lamentou a notícia da morte do amigo, que faleceu às 5h.
– Ô meu pai celestial, acabei de receber uma notícia tão triste, a animadíssima Lacraia faleceu hoje às 5h da manhã. Que Deus a tenha!
No microblog, o promoter revelou, ainda, não saber as causas da morte da dançarina.
– Amados, não sei a causa, ela estava dodói, cheguei a visitá-la na sexta-feira, hoje cedo sua irmã me ligou dando a triste notícia.
Brazil contou no Twitter que já foi a uma festa fantasiado de Lacraia em homenagem ao dançarino do funk, lembrado nos versos da música Vai, Lacraia por seu parceiro Serginho.
– Nos divertíamos muito, em uma festa fui fantasiado de Lacraia para homenageá-la. Descanse em paz!
No Twitter, David Brazil informou que o velório de Lacraia será nesta terça, na capela 10 do cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio. O enterro acontece na quarta-feira (11), às 10h, no mesmo local.
A notícia da morte de Lacraia, na verdade Marco Aurélio Silva da Rosa, aos 34 anos, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (10), além de deixar o mundo do funk carioca mais triste, deixa a todos também com aquela imagem que eternizou o dançarino: ele se saracoteando nos palcos dos programas de TV.
Ao convidar o menino homossexual pobre da comunidade do Jacarezinho para lhe acompanhar nos palcos Brasil afora, MC Serginho partiu para o tudo ou nada, em uma tacada de mestre.
Numa área musical extremamente machista como o funk, dominado até então por homens brucutus e mulheres popozudas, MC elegeu um o rapaz franzino e de dança desengonçada para estar a seu lado.
O excesso de carisma de Lacraia afastou qualquer preconceito que pudesse vir sobre ele. Era tão autêntico e simpático no que fazia que afastava qualquer possibilidade de questionamento.
Lacraia abriu portas para a diversidade no funk. Não só para os gays, como também para as mulheres donas de seus narizes que surgiram depois dele, como Tati Quebra-Barraco.
Divulgação/Record
Lacraia dança com Rodrigo Faro; ela quebrou preconceitos no funk
Relembre a dança de Lacraia, em homenagem feita por Rodrigo Faro em O Melhor do Brasil:
Por isso, não foi surpreendente quando Lacraia invadiu as salas de estar de todas as casas brasileiras, dançando sua Eguinha Pocotó nas tardes dos programas de auditório de todas as emissoras.
E, logo, todos queriam dançar como lacraia, sobretudo as crianças.
Sua dança, absurda num primeiro olhar, logo se tornava uma manifestação da irreverência carioca e daquele sentimento tão brasileiro que faz qualquer um de nós tentar superar as situações mais adversas com alegria.
Esta foi a lição de Lacraia. E a plataforma de seu sucesso.
R7
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