"Traição é clássico da moral humana. Hoje as mulheres podem trair mais". Cofirmam especialistas
Especialistas contextualizam a infidelidade dos famosos e dos mortais
Infidelidade, ao que tudo indica, continua sendo um tremendo assunto. Nos últimos dias, as notícias de que Kristen Stewart havia traído Robert Pattinson e tentava uma reconciliação e de que Giovanna Ewbank havia reatado com Bruno Gagliasso, depois dele supostamente ter “pulada a cerca”, inundaram os jornais e revistas de fofocas.
Perdoa não perdoa? Traiu ou não traiu? Faz as pazes ou não? Homem pode trair, mulher não? Ou vice-versa? O Delas foi conversar com especialistas para saber como anda a traição hoje.
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Há rumores de que Pattinson estaria disposto a perdoar Kristen
A traição é um clássico (Luis Felipe Pondé)
“Traição é um clássico da experiência moral humana. Mas hoje as mulheres podem trair mais”, destaca o filósofo e colunista da Folha de S. Paulo, Luiz Felipe Pondé. Aliás, os números da infidelidade comprovam isso. Pesquisa da antropóloga Mirian Goldenberg, autora de “Por que os homens e as mulheres traem?”, apontou que 47% das mulheres entrevistadas já tinham sido infiéis.
As mulheres andam insatisfeitas com seus parceiros (Mirian Goldenberg)
Mas por que nos dias atuais, com os relacionamentos cada vez mais soltos, as pessoas ainda traem? Segundo Mirian, os homens continuam sendo incentivados a terem um maior número de parceiras e as mulheres andam extremamente insatisfeitas com seus maridos e namorados.
Aceita-se mais a ideia de que é possível ter várias experiências amorosas (Luis Cuschnir)
A ideia de que é possível ter várias experiências amorosas também contribui. “Há uma aceitação maior a respeito da impossibilidade de existir somente um amor na vida de uma pessoa, assim como não há somente uma amizade”, contextualiza o psiquiatra Luiz Cuschnir, que está lançando seu mais novo livro “Como mulheres poderosas se tornam mulheres conquistadoras”.
As mulheres ainda têm medo da fama de galinha (Mirian Goldenberg)
Porém, socialmente ainda é difícil admitir a traição. Segundo Mirian, a fidelidade ainda é extremamente valorizada, eles têm medo do estigma de corno e as elas da fama de galinha. “As mulheres continuam sendo as mais punidas quando pegas na traição, especialmente pelas próprias mulheres. Elas vão ser mal faladas”, analisa Pondé.
Falar de sofrimento pega mal, quem é traído acaba sofrendo calado (Luis Felipe Pondé)
Outro aspecto destacado por ele é um certo mal-estar causado pela infidelidade, mas que ninguém fala: “As pessoas continuam sofrendo quando são traídas. Há um marketing maior da aceitação, você não pode nem falar de sofrimento, agonia. Tem que mostrar que é bem resolvido. Onde é que alguém é bem resolvido em afeto?”, questiona o filósofo.
Ideal mesmo ainda é saber amar sem trair (Luis Cuschnir)
Toda essa comoção em torno da infidelidade entre os casais famosos, só escancara que, apesar de uma liberdade aparentemente maior, o buraco é mais embaixo: “Saber amar sem trair ainda é esperado nos dias atuais”, afirma Cuschnir.
E os fatos da vida real só comprovam isso. Depois de ser pega traindo Robert Pattinson, Kristen Stewart pediu perdão publicamente e especula-se na imprensa internacional que ela será cortada da continuação de “Branca de Neve e o Caçador”, por conta da pulada de cerca. Já para Pattinson, o episódio teve repercussão positiva e ele vem aproveitando as entrevistas para divulgar seu novo filme “Cosmopólis”.
Já Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank ganharam capa de revista semanal comentando a reconcialição. “A classe média projeta suas fantasias, acha que um casal bonitinho nunca vai trair”, comenta Pondé. O sonho ainda é, assim, como nos contos de fada, todos viverem felizes para sempre.
IG
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