Cientistas descobrem um “interruptor” no corpo que pode destruir qualquer tipo de câncer
O tratamento resultou em uma redução profunda no crescimento do tumor, sem efeitos colaterais prejudiciais.
Até o final de 2018, o Brasil deve somar cerca de 600 mil novos casos de câncer, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Preocupante, não? Mas se você quer saber de uma notícia boa e tanto, preste atenção: depois de oito anos analisando o genoma humano e suas muitas moléculas reguladoras, uma equipe de pesquisadores da Northwestern University, nos Estados Unidos, descobriu um caminho de autodestruição aparentemente infalível que pode ser usado para destruir qualquer tipo de célula cancerígena.
O mecanismo envolve a criação de pequenas moléculas de RNA, conhecida como RNA de interferência (ou simplesmente RNAi) que poderiam bloquear múltiplos genes que induzem a formação e o crescimento do câncer.
E o importante é que os efeitos da RNAi sobre células normais e saudáveis são mínimos.
O pesquisador Marcus Peter e seus colegas caracterizaram a DISE (nome dado ao processo de bloqueio das células cancerígenas feito pela RNAi) e identificaram as sequências de seis nucleotídeos que são necessárias para a atividade.
Ao examinar as sequências nucleotídicas das muitas moléculas de RNA que não codificam (o que significa que não são traduzidas em proteínas), eles descobriram que as sequências associadas à DISE estão presentes em uma extremidade de muitas cadeias de RNA supressoras de tumor.
Outra investigação revelou que as sequências também são encontradas em uma série de codificação de proteínas em todo o genoma.
“Achamos que é assim que organismos multicelulares eliminam o câncer antes do desenvolvimento do sistema imunológico adaptativo, que tem cerca de 500 milhões de anos”, disse Peter.
“Pode ser uma falha de segurança que força as células nocivas a cometer suicídio.”
Mas os pesquisadores ainda precisavam determinar como o corpo produz RNAis livres que podem desencadear a DISE.
Esse avanço veio em outro novo estudo, no qual Peter e sua equipe observaram o processo pelo qual nossas células cortam uma maior cadeia de RNA – que codifica uma proteína do ciclo de morte celular chamada CD95L – em vários RNAis.
Em uma série de experimentos, eles mostraram que o mesmo maquinário celular poderia ser usado para converter outros grandes RNAs codificadores de proteínas em RNAis da DISE.
E eles descobriram que cerca de 3% de todos os RNAs de codificação em nosso genoma poderiam ser processados para servir a esse propósito.
“Agora que sabemos o código de morte, podemos acionar o mecanismo sem ter que usar quimioterapia e sem mexer no genoma”, explica.
Ele observa que mesmo medicamentos de última geração e abordagens emergentes de terapia genética falham para tratar cânceres agressivos – como os tipos de pâncreas, pulmão, cérebro e ovário – porque eles têm como alvo a atividade de apenas um gene de cada vez, mas as doenças são guiadas por múltiplos genes.
As micromoléculas de RNA, por outro lado, matam as células cancerosas em um ataque brutal e simultâneo.
“É como cometer suicídio esfaqueando a si mesmo, atirando em si mesmo e pulando de um edifício ao mesmo tempo. Você não pode sobreviver de nenhuma maneira.”
Todas as pesquisas realizadas até agora indicam que as células cancerosas não podem ganhar resistência à DISE.
Em um estudo de prova de conceito, a equipe Northwestern usou nanopartículas para fornecer RNAis da DISE às células de tumores ovarianos humanos que haviam sido implantados em camundongos.
O tratamento resultou em uma redução profunda no crescimento do tumor, sem efeitos colaterais prejudiciais.
O trabalho para aumentar a eficiência da terapia já está em andamento.
“Com base no que aprendemos nesses [vários estudos anteriores], agora podemos projetar microRNAs artificiais que são muito mais poderosos para matar células cancerosas do que as desenvolvidas pela natureza”, concluiu Peter.
Fonte: Cura pela Natureza - https://www.curapelanatureza.com.br/post/11/2018/cientistas-descobrem-um-interruptor-no-corpo-que-pode-destruir-qualquer-tipo-de-cancer
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