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Candidata ao Miss Bumbum teve perna amputada após ser atropelada pelo namorado: ‘ser assim não é defeito’

Rúbia Machado, 29 anos, representa o Tocantins no concurso. Determinada e com muita autoestima, ela diz que quer inspirar pessoas: 'Quero mostrar que o deficiente também tem o seu lugar'.

Por Priscila Belmont

07/07/2017 às 09h19

Rúbia Machado é a representante do Tocantins no Miss Bumbum 2017 (Foto: Vanessa Dalceno/MBB7)

A representante do Tocantins no Miss Bumbum 2017 está fazendo história. Rúbia Machado, 29 anos, é a primeira candidata portadora de deficiência física a participar do concurso. Ela teve a perna amputada aos 19 anos, após ser atropelada pelo então namorado. Mas não se abateu. Deu a volta por cima, superou e hoje se considera referência em determinação. Dona de um bumbum de 99 centímetros ela entra na disputa com muita confiança. “Eu tenho muito orgulho de mim. Eu não me trocaria por ninguém”, disse em entrevista ao G1.

Depois do acidente, que aconteceu a poucos quilômetros da casa onde ela morava no Espírito Santo, Rúbia precisou encarar a realidade.

“Olhei no espelho e disse: ‘Ou eu olho para a frente, ou eu fico na cama deitada.’ Então, comecei a viver, sair, dançar, malhar. Nunca deixei me abater.”

Para manter o corpo em forma, a Miss Bumbum Tocantins vai à academia todos os dias e malha por três horas. Além disso, faz caminhadas. Um dos objetivos dela é ingressar numa faculdade de educação física. Por isso, a jovem também faz cursinho pré-vestibular. No início, ela diz que usava uma prótese. “Ela começou a machucar minha perna, por isso uso muletas há oito anos, mas a minha perna não me impede de fazer as coisas”.

Natural do Espírito Santo, Rúbia mora em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, há um ano e seis meses. Ela conta que foi convidada para participar do concurso, mas que até então nunca tinha pensado em competir. Representante do Tocantins no concurso, ela afirma que não conhece o estado, mas que tem curiosidade.

A votação para escolher a dona do bumbum mais lindo do Brasil começa no dia 7 de agosto. Mas Rúbia tem planos maiores: inspirar pessoas pelo país afora.

“Quero mostrar que o deficiente tem o seu lugar. Pode ser modelo, trabalhar em qualquer coisa. Vejo várias pessoas sofrendo com uma deficiência pequena. Para mim, ser assim não é defeito. Se eu ganhar o concurso bem, se não ganhar, eu vou adorar também”.

Acidente

O acidente que provocou a amputação da perna esquerda de Rúbia aconteceu há 10 anos. Ela conta que andava em uma motocicleta a cerca de 2 km da casa onde morava, em Castelo, no Espírito Santo, quando foi atingida por um carro. O motorista era o namorado dela.

“Na época éramos namorados. Ele jogou o carro em cima de mim. No dia, estava tudo normal, não estávamos brigados. Depois de 25 dias nos separamos e nunca mais nos vimos”.

Segundo Rúbia, o processo está na Justiça há nove anos e o ex-namorado não foi preso na época porque era menor de idade.

G1

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