Marco Pigossi vive lutador em filme dramático e fala de cena de sexo na prisão
O cenário é soturno, melancólico
O cenário é soturno, melancólico. Um homem — com roupa suja de detento, cabeça raspada e olhar concentrado — surge em meio a uma cela pequena. Nem parece, mas o rapaz é Marco Pigossi, que, ao se posicionar na marca indicada pelo diretor, se depara com um desenho de um leão (símbolo de bravura) na parede e a imagem de um Oxóssi, seu orixá na vida real.
— Apesar de o presídio estar desativado, senti toda aquela atmosfera. Tinha uma magia acontecendo ali — conversou com o EXTRA no último dia de filmagem do longa “A última chance”, no qual interpreta um criminoso que alcançou a redenção por meio da luta marcial.
Baseado na vida do ex-presidiário Fábio Leão, a produção do cineasta Paulo Thiago, com previsão de estreia para o ano que vem, narra a trajetória do menino da Vila Kennedy que se transformou em traficante e clonador de carros, mas que mudou sua história após virar professor de lutas marciais no presídio. Para compor o personagem, Pigossi diz que buscou trilhar um caminho próprio e aprendeu muai thay por dois meses com o mestre Artur Mariano.
— Não conheci Fábio. O maior erro do ator é imitar. A gente não imita, a gente cria. Mas treinei pesado para buscar a semelhança física e ganhei um pouquinho mais de massa magra. Não mudou muito na balança. Foi mais uma transformação visual — diz o ator, que em seu último trabalho, “A regra do jogo”, interpretou justamente um policial: o incorruptível Dante.
Outro desafio para o artista foi fazer cenas quentes com a atriz Juliana Lohmann. A dupla protagonizou sequências tórridas no Ratão, apelido do local onde os agentes, mediante propina, permitem que os casais façam sexo.
— Essas partes do filme trazem o clima desse lugar completamente sujo e zero romântico. Mostra o instinto de bichos deles ao se encontrar. Um relacionamento exposto, ali na frente de todo mundo. Claro que o colchão era de acervo, limpinho, mas o visual dava essa sensação. É um estado sub-humano, um pouco abaixo do humano. O que esse caras passam é assustador.
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