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Foto de policial viralizada escovando cabelo de colega faz sucesso: ‘Não é só de tiro que se vive’

Numa tarde de setembro, pouco após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em um Morro carente, o clima permanecia tenso na comunidade. Baseado num dos pontos mais perigosos da favela, um soldado de 28 anos, viu um barbeiro, preocupado com a insegurança, negar-se a atender uma criança. Cabeleireiro de formação, o policial não pensou duas […]

Por Campelo Sousa

14/10/2016 às 11h21

O soldado na foto que viralizou na internet: dez anos de experiência como cabeleireiro (Foto: Reprodução)

Numa tarde de setembro, pouco após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em um Morro carente, o clima permanecia tenso na comunidade. Baseado num dos pontos mais perigosos da favela, um soldado de 28 anos, viu um barbeiro, preocupado com a insegurança, negar-se a atender uma criança.

Cabeleireiro de formação, o policial não pensou duas vezes: pegou uma máquina e rapou fora ele mesmo as madeixas do menino. Só naquele dia, foram nove cortes gratuitos para os moradores — aparando também, de quebra, um pouco da atmosfera de apreensão.

Foi uma outra imagem, porém, que colocou o rosto do soldado em diversos grupos de policiais nas redes sociais nos últimos dias. Viralizada, a foto mostra o PM, fardado, fazendo escova em uma colega de tropa.

— Foi uns dias após atender a molecada. Aproveitei a hora do almoço e brinquei com elas que era para não dizerem que só faço o cabelo do pessoal da comunidade — conta o soldado.

— Meu único receio com a gravação era ser acusado de insubordinação, ou algo assim. Mas não tenho o menor problema com isso, mesmo porque passei muito tempo no meio e aprendi a conviver com todo mundo. A pessoa achou que iria me sacanear e quebrou a cara.

Casado e pai de dois filhos, o hoje soldado começou a trabalhar no salão da irmã aos 15 anos. Depois, aperfeiçoou-se na área por uma década, com o currículo recheado de cursos e passagens por estabelecimentos de alto nível. A opção pela carreira na PM veio há quatro anos, em busca de estabilidade.

— Tudo o que tenho ganhei trabalhando com beleza. Sou um profissional de cabelo, sim, e também de segurança pública. Se tiver combate, vou para o combate, mas não é só de tiro que o morro vive — ensina.

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