Jornalista da Globo morre vítima de câncer
Bety Orsini morreu aos 68 anos, depois de lutar três anos contra um câncer.
Poucas pessoas conseguiram falar de amor e sexo com tanto humor e delicadeza quanto a jornalista carioca Bety Orsini, niteroiense convicta (é autora de “Crônicas do coração”, uma coletânea de crônicas apaixonadas da cidade), que se formou em jornalismo pela PUC, começou a carreira no “O Fluminense” e trabalhou 14 anos no “Jornal do Brasil”, onde, entre outras coisas, esteve à frente de uma das colunas de maior sucesso da época, o ” Perfil do Consumidor”, um ping-pong publicado no Caderno B, com perguntas irreverentes a celebridades. Para Bussunda, perguntou qual tinha sido o lugar mais estranho onde ele havia feito sexo. “São Paulo”, respondeu o entrevistado.
Em 1994 ingressou no O GLOBO, onde passou pelo Segundo caderno, Prosa & Verso, trabalhou com o Zózimo, na Coluna do Swann de Alessandro Porro e por último no caderno Ela. Paralelamente, manteve um programa na Rádio Globo, um Correio Sentimental moderno. Uma vez, a bordo de um táxi, que estava sintonizado em seu programa, ouviu do taxista: essa mulher está acabando com o meu casamento! Minha esposa anda se achando, reivindicando coisas que nunca havia feito. Esse programa tem que acabar”, contava às gargalhadas.
Aos sábados, mantinha uma crônica no Globo Niterói. Seu último texto, já internada, Bety discorreu sobre o estranhamento de estar gostando de hospital: “Se alguém me dissesse, há alguns anos, que eu passaria uma temporada num hospital, confortavelmente instalada, recebendo visitas, conversando ou fingindo dormir se me desse na telha e deixando aos outros a preocupação com a minha saúde, eu diria: Vocês estão loucos? Eu detesto médicos! Hospital, eu estou fora!” . E fala sobre os paparicos dos médicos e o conforto de estar sendo bem tratada. As sensações. Ao final, despede-se do leitor anunciando uma pausa: “Estarei de férias em julho, vestindo o look paz de espirito”
Bety Orsini morreu aos 68 anos, depois de lutar três anos contra um câncer. Ela deixa sua mãe Amélia, seu filho Marco Antônio e os netos João, 4 anos e Bento, 3 anos. Seu corpo será enterrado amanhã, às 13h, no Parque da Colina, no Itaipu. Seu corpo está sendo velado na Capela 13.
G1
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