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VÍDEO: “Já está acontecendo”, diz engenheiro sobre esvaziamento de centros históricos das cidades brasileiras

Fernando Figueiredo destacou a discussão sobre a conservação e demolição de prédios históricos no Brasil e explicou a diferença entre edifícios tombados e patrimônio histórico

Por Priscila Tavares

01/10/2024 às 19h22

Na coluna semanal Diário de Obras, o engenheiro Fernando Figueiredo explicou a diferença ente edifícios tombados e patrimônio histórico e destacou a discussão sobre a conservação e demolição de prédios históricos, ‘é preciso ter um equilíbrio’.

Ele destaca que esse é um dos assuntos mais polêmicos entre os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura. “O pessoal costuma ter fortes embates tanto na academia, quanto já no campo profissional, por conta desses dois temas”.

Fernando explica a principal diferença entre edifício tombado e patrimônio histórico e ressalta: “alguns municípios têm a área histórica, o centro histórico, etc., nem todos os edifícios ali dentro são tombados, porém, para se construir nessa área você tem que fazer um projeto específico que vai para prefeitura para ser avaliado pela equipe de planejamento do município”, disse.

Edifício tombado

“Não é só um processo de avaliação do edifício em si, mas é um processo de avaliação social, porque os prédios eles contam a história de sua localidade. Então, esses edifícios que são tombados, com certeza na sua cidade têm alguma igreja que é, porque a nossa concepção social foi assim. As cidades foram erguidas ao entorno do catolicismo”, informou.

Patrimônio Histórico

“Um perímetro de patrimônio histórico é uma área reservada, geralmente a primeira área das cidades e esses prédios eles podem ser modificados, mas não precisa ir projetor pro Iphaep [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba], pro Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], você resolve isso no próprio município”, falou.

Ele fala ainda, sobre o o perímetro do patrimônio histórico de Cajazeiras, dos prédios tombados na cidade e da discussão que gira em torno do assunto.

“Existe duas linhas de raciocínio que parece que só existem elas. São linhas que defendem ao extremo a conservação desses prédios, o tombamento, e tem outra linha que é o extremo oposto e queria que todos fossem abaixo. Nenhum dos dois prosperam”, ressaltou.

“Quando você vai para esse debate parece que só existem elas, mas não é, tem que ter um equilíbrio onde essa avaliação é feita: uma avaliação social, uma avaliação da história daquele prédio e, obviamente, uma avaliação econômica”, completou.

Fernando falou também, sobre o esvaziamento dos centros históricos das cidades com prédios tombados que acabam ficando abandonados gerando riscos para população.

“Já está acontecendo [o esvaziamento]. Você vai a João Pessoa e ver exatamente isso. Pertinho da rodoviária está lá, se você chegar às 17h está abandonado, porque ninguém consegue ficar mais ali, gera risco de desabar e isso é um reflexo de todo Brasil. Se esses edifício não forem restaurados ou não forem demolidos para se fazer outros, vai acabar caindo”.

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